Saldo "Final" Pessoal - WSOP

Oi pessoal, escrevo aqui após a maratona que foi jogar o Evento 51 da WSOP - S.H.O.E, ao mesmo tempo em que acompanhávamos o Brasa em sua grande conquista no evento de NL Hold'em.


Chamo este post de Saldo "Final" pois joguei 3 eventos preliminares da World Series, um Razz, um Stud Hi-Lo e este S.H.O.E, e não pretendo jogar o Main Event. Devo tentar um satélite, se tiver tempo e cabeça pra isso, mas as chances de eu jogar não são grandes, já que eu tenho que estar a disposição de cobrir os jogadores brasileiros para este blog, para o programa do Tower e pra 3a edição da Revista Flop.


Então, resumidamente, deixo aqui minhas impressões destes dias de WSOP:

O evento de Razz foi um dia após minha chegada, quando ainda estava sozinho, já que os brasileiros viriam dias depois. Eu antecipei minha vinda exatamente para este evento, que era algo que pretendia jogar há mais de um ano. Para quem não sabe, o Razz é uma modalidade Stud de sete cartas onde ganha o jogo com as menores cartas, sendo o melhor jogo possível a sequência A2345.

Paul Darden

Para mim foi uma grande experiência e uma festa, já que foi o primeiro WSOP da minha vida, e na minha mesa inicial tive a sorte de ficar ao lado de dois grandes jogadores profissionais, detentores de um bracelete WSOP cada, que eram Paul Darden e Ted Lawson.

Ted Lawson

Joguei bem durante todo o primeiro dia, vindo a ser eliminado a 45 minutos do final da etapa, após ser fatiado em 3 mãos incríveis, como uma que começou com A235 e acabou micando.


Conversei um pouco com Paul Darden durante o jogo e nos intervalos, e quase todos os outros dias que cruzo com ele na WSOP ele vem falar comigo. Fiquei muito satisfeito com este fato, já que por esta interação eu concluí que o meu estilo de jogo e comportamento à mesa foi algo que chamou sua impressão.


Depois veio o Stud Hi-Lo, que é um jogo Stud de sete cartas, onde o pot é dividido entre mão mais alta e mão mais baixa (se houver uma), sendo que a mais baixa é como no Razz, mas para classificação de Low deve ter cinco cartas do 8 pra baixo, como A2345, 35678, A2467, etc...


Neste jogo não sentei com ninguém "conhecido", mas rapidamente identifiquei uma jogadora negra do seat1 como a melhor da mesa, tanto pelo seu estuilo de jogo como pelo seu comportamento à mesa. Aqui eu também caí no fim do primeiro dia, também com menos de uma hora para o final, sendo que a mão crucial de minha derrocada foi uma mão entre 4 players, com 2 em all in, onde os três iam para o Low e eu iniciei com uma trinca, a minha única nos três eventos... Quando vi minhas cartas 333, e todos indo pro Low, dei raise e re-raise até o fim... nas 2 últimas cartas de um oponente ele recebe 6 e 6 e já tendo um 6 aberto fez trinca maior....Foi duro.


No dia seguinte qual não foi minha surpresa de entrar no salão para cobertura dos eventos e ver Sandra na mesa final com Scotty Nguyen, a jogadora negra que estava comigo. Dei os parabéns a ela e ela acabou ficando em 5o lugar, uma ótima posição. Ao final ela novamente conversou comigo e me disse que eu era o único jogador da mesa dela que ela temia, pois achou que eu tinha ótima técnica e estilo diferenciado.

Fiquei muito feliz de ouvir isso de quem eu considerei a melhor jogadora que vi no evento, mas tomei aquilo como um elogio "educado".

Sandra Taylor

Enfim, após os feitos iniciais do Brasa, eu e Léo começamos a jogar o S.H.O.E. sem muitas pretensões. Verdade seja dita, eu só joguei este evento porque o Igor Federal me convenceu a não jogar o NL Hold'em de $1500, já que meu jogo no NL Hold'em está deixando a desejar. Ele conversou muito comigo e sugeriu que jogasse o S.H.O.E.... Após uns dias aceitei a idéia e segui seu conselho.

No dia do evento, eu não havia dormido devido a problemas no material do programa do Tower... As redes aqui caíam durante o envio das imagens e eu passei horas e horas conseguindo completar o serviço, vindo a acabar apenas 40min. antes do início do S.H.O.E. Naquela hora, tanto Akkari como Maridu vieram me aconselhar a NÃO jogar o torneio sem dormir, de cabeça e corpo cansados, pois sabem a maratona que é... Eu também já sabia, mas falei ao Akkari que sentia que tinha que jogar.

O S.H.O.E. eh um torneio multi-modalidades semelhante ao H.O.R.S.E., que era meu favorito, mas este já havia acontecido antes da minha chegada. No S.H.O.E você joga com limites fixos e cada level de blinds é jogado uma modalidade, sendo Stud, Hold'em, Omaha Hi-Lo e Stud Hi-Lo.
No H.O.R.S.E. há também o Razz, minha especialidade.

Então resolvi jogar e o início foi meio irregular, com pequenos altos e baixos, até que acabei perdendo altos pots e fiquei com 600 fichas de 2000 iniciais, no primeiro break. Após umas mãos com ajuda das cartas, como um 77 no Hold'em que trincou no flop, voltei pro jogo e fui pro segundo dia.

Iniciei o segundo dia sem dormir bem, mas feliz por finalmente ter passado do primeiro dia de um evento. Durante toda esta segunda etapa joguei o meu melhor e cheguei rapidamente entre os primeiros do evento.

Chip Jett

Quando estávamos ja entre as 3 ou 4 ultimas mesas, Brasa foi eliminado em 4o no seu torneio e toda a torcida veio ficar comigo, incluindo o exausto Brasa. Joguei perfeitamente, e com boas cartas, até chegarmos a 2 mesas.... Lá sentei com feras como Chip Jett e Matt Mattros, feras do poker mundial. Mas quando me mudaram de mesa a coisa começou a azedar, as cartas secaram e entrei em várias furadas. Na nova mesa tinha Raymond Davis, um jogador negro polêmico e muito agressivo, que já havia me cruzado no meio do torneio. Enfim, os antes e blinds estavam muito altos e perdi umas cinco mãos grandes seguidas, 2 ou 3 estando favorito e outras no blefe furado mesmo.

Terminei caindo em um AJ x KK, com flop TxQ e nada mais me salvou, em 10o lugar.

Agradeço a todos que me acompanharam aqui no blog, no orkut, pelo rádio e lá ao vivo no salão de jogo. É muito gratificante ver a torcida e o pensamento positivo a nosso favor.


Agora está chegando o Main Event e o bicho vai pegar, aguardem... Traremos tudo em primeira mão aqui para vocês!